sábado, 7 de maio de 2016

Perú e Bolívia via Acre - 2ª parte

Reservei todos os hotéis nas cidades em que iríamos pernoitar pelo Booking, exceto o hotel de Rio Brando, que reservei por telefone e aproveitei e conversei bastante com a recepcionista que me passou o numero de um taxista que fazia o trajeto Rio Branco - Assis Brasil. Liguei para o taxista e ele me deu o valor de 70 reais por pessoa, éramos 5 e o carro dele comportava todo mundo, ele aproveitou e me ofereceu o traslado aeroporto-hotel por 100 reais, o aeroporto de Rio Branco fica bastante distante do centro da cidade e era vantajoso para gente fechar com ele por que cabia todos em um carro só, se não teríamos que pagar dois táxis.
As mudanças de plano já ocorreu no desembarque do aeroporto, chegamos 22h, e iríamos dormir em Rio Branco para pegar a estrada as 5h da manhã para Assis Brasil. O taxista já perguntou de cara se não gostaríamos de ir do aeroporto direto para Assis. Iríamos economizar uma diária de hotel e 100 reais de translado e ganhar tempo, expus a ideia para o grupo e falei que todos teriam que concordar, se um  fosse contrário iríamos pernoitar em Rio Branco, porém todos aceitaram e seguimos viagem direto, já estávamos a 12h viajando, fizemos uma conexão bastante demorada em Manaus. Colocamos o mais tagarela na frente para ir conversando com o motorista e eu sentei no banco de trás do Meriva, junto com as malas, já fiz minha cama e dormir, acordei várias vezes, a estrada estava horrível, cheio de buracos, as meninas já estavam arrependida de ter pego a estrada de madrugada, são 350km chegamos em Assis Brasil 4:30h, o taxista levou a gente direto para Iñapari, o lado peruano, e deixou nos deixou no ponto das vans que fazem a viagem para Puerto Maldonado.

Praça em frente ao ponto das vans em Iñapari/Perú

Era uma coisa bem assustadora, madrugada, frio, muita neblina, ninguém na rua ... perguntamos para o taxista se não era perigoso ficar ali, ele nos garantiu que não e deixou a gente já dentro da primeira van que faria a viagem, o motorista da van guardou nossas mochilas e deixou ficarmos na van para dormimos um pouco, pois teríamos que espera a Polícia Federal abrir as 7h para carimbar a saída do Brasil nos passaportes. Eu já tinha dormido o suficiente e fiquei acordado do lado de fora da van.

Início da Carretera Interoceanica em Inãpari

Amanheceu e o motorista da van nos levou até a alfandega brasileira para carimbar os passaportes, a fila na frente da alfandega já estava grande, porém era de haitianos querendo entrar no Brasil, fomos os primeiros para dá saída, de lá a van nos levou na alfandega do Perú, que já fica praticamente na saída da cidade, para carimbar a entrada no Perú e trocarmos o dinheiro, tinha lido que o melhor lugar para trocar era na frente da alfandega peruana, trocamos todos os nossos dinheiros lá. 1 para 1, 1 Real = 1 Nuevo Sol (junho/2015).

 A Carretera Interoceanica, ou em português Estrada do Pacífico, liga o Estado de Rondônia, passando pelo Acre, até o oceano Pacífico. Merece um parágrafo aqui só para ela, porque depois de passar pela parte brasileira em estado precário, cheio de buracos em algumas partes, imaginávamos que iríamos encontrar algo semelhante do lado peruano ou até pior, só não fiquei muito surpreso porque moro próximo da fronteira do Brasil com a Venezuela, e aqui não é diferente, o lado brasileiro cheio de buracos e o lado venezuelano um tapete. Mas minha surpresa mesmo foi por encontrar uma rodovia privatizada, com pedágios, em plena floresta amazônica, onde não possui um tráfego considerável para tal investimento. Pesquisando depois, descobri que a rodovia foi concedida por 25 anos para empresas brasileiras que participaram da construção.

Pedágio na Estrada do Pacífico

Carretera Interoceanica ou Estrada do Pacífico
Foram 220km até Puerto Maldonado, a passagem da van custou 25 reais, chegamos 10h e o motorista nos deixou pelo centro, se tivéssemos ido direto para a rodoviária teríamos pego um ônibus que saia para Cusco as 11h, porém não chegamos a tempo, então teríamos que subir as cordilheiras de noite, sem apreciar a paisagem. Na rodoviária de Puerto Maldonado tem várias empresas que fazem o trajeto até Cusco, nos mais diversos preços, resolvemos comprar na mais barata, Los Chankas, se arrependimento matasse!! O ônibus só saia as 20h, tomamos banho no banheiro da rodoviária e deixamos nossas mochilas no guichê da empresa e fomos conhecer a cidade.
Retornamos para rodoviária as 18h e ficamos esperando o horário de embarcar, o ônibus já saiu cheio da rodoviária, com algumas pessoas em pé no corredor, ônibus quente, sem ar condicionado, as janelas não abriam, eu e mais uma amiga começamos a reclamar assim que o ônibus começou a se mover, pedimos para parar que não queríamos prosseguir viagem, fizeram ouvido de mercador e só faziam rir da nossa cara, vencidos voltamos para os nossos lugares e para completar o ônibus ainda continuava parando na estrada pegando mais passageiros, achando que não podia ficar pior, o passageiro que estava em pé se escorando na minha poltrona começa a assistir vídeo no celular com o volume no máximo, nem lembro o que eu falei para ele e nem se foi em português ou em portunhol, mas ele entendeu o recado e diminuiu o volume, as três primeiras horas de viagem foi um inferno a media que íamos subindo a cordilheira a temperatura ia caindo, não dava para ver muito pela janela, mas hora por outra dava para ver o ônibus fazendo umas curvas na beira de uns penhasco, a minha amiga que estava do meu lado já estava dando graças a Deus de não ter feito a viagem de dia. Chegamos em Cusco as 6h da manhã com um frio que doía a alma, 2º C. 






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